O dia em que eu quis ser Weegee

Sabe quem foi Weegee? Provavelmente não, mas ele é um dos meus “heróis” da fotografia. Usher Fellig emigrou da Ucrânia para os EUA aos 11 anos de idade com a família e aos 14 começou a trabalhar com fotografia num estúdio na baixa Manhattan e mudou seu nome para Arthur Fellig. Em 1935, virou fotógrafo jornalístico freelancer (e absolutamente autodidata) e três anos depois conseguiu uma permissão para ter um rádio da polícia em seu carro.

E nessa brincadeira toda virou uma lenda. Suas fotos registraram a noite nova-iorquina com bêbados, travestis, mendigos, gays, gângsteres e a vida dura e crua que permeava a grande cidade. Depois foi para Hollywood e fez curtas metragens e ainda trabalhou com gente do calibre de Stanley Kubrick. Publicou vários livros, em destaque Naked City (1945), Weegee’s People (1946), and Naked Hollywood (1953). Achei uma fala dele no Wikipedia que pode ser bem inspiradora:

No meu caso em particular, não esperei alguém me dar um trabalho ou algo do tipo, simplesmente fui e criei meu próprio trabalho – fotógrafo freelancer. E o que eu fiz, qualquer um pode fazer. O que fiz foi só isso: fui para a Sede da Polícia de Manhattan e por dois anos trabalhei lá sem um crachá policial ou qualquer tipo de credencial. Quando alguma história saía no teletipo da polícia, eu ia. A ideia era vender as fotografias para os jornais. Além disso, acabei construindo naturalmente uma espécie de história própria com algo de relevante.

Veja aqui alguns cliques do cara:

Existe um filme bem fraquinho de 1992 com o Joe Pesci, A Testemunha Ocular, onde ele interpreta um personagem inspirado em Weegee. E se você assistiu o filme Watchmen, é ele que clica os Minutemen nos anos 40!

Obviamente que não tenho pretensão de ser o cara aí, mas há alguns anos (quando dava para se fazer isso), fui sozinho para a Avenida Paulista, munido da câmera e de uma lente 70-300 (ou seja, uma teleobjetiva) e quis registrar pessoas que passeavam por lá. E dá-lhe uma dançarina de flamenco na calçada, um coringa tupiniquim, o místico no ponto de ônibus e outras figuras que essa avenida guarda e mostra de vez em quando.

Vou aproveitar para mostrar outros “momentos Weegee” na vida, como cliques feitos com celular num Carnaval em Santa Teresa no Rio de Janeiro, com a expectativa do bloco que ia passar e outras oportunidades de registrar gente desconhecida. E para homenageá-lo decentemente, deixei tudo em P&B:

Av Paulista

Av Paulista

Av Paulista

Av Paulista

Av Paulista

Av Paulista

Av Paulista

Av Paulista

Av Paulista

Av Paulista

Av Paulista

Av Paulista

Av Paulista

Av Paulista

Av Paulista

Av Paulista

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *